sexta-feira, 31 de maio de 2013

mas


por Luiz da Nóbrega  em Segunda, 20 de maio de 2013 
 Mas já te tinham dito tudo
os todos que já tinhas visto,
que já tinham feito tudo de imprevisto,
diziam de improviso...
como a música de um poema pairando por cima
de tudo, de facto,
no mais indizível gesto
nas palavras ainda não bastante gastas...
embora já te tenham dito tudo.
 Mas só visto.

 Desmarcas-te.
 E porque te desmarcas tantas vezes,se
nunca foste o anti-árbitro das palavras?
Nem das coisas que pretendes.
Nem das que não queres.
 Querias, talvez, ir longe demais e expulsares a maior parte dos jogadores.
 E expulsares-te.
 E tornares a sair de dentro de tudo,
talvez para fora de ti mesmo
para, enfim, recomeçares
mais num continuo contrário das coisas.
 Que interessa contrariar as coisas?
 O contrário afoga-te em abstrações ofuscantes mas
pensas ter ido A algum lado
mas nunca regressas porque
já não podes parar.

 Na viagem para o recomeço acabara tudo
antes de chegares,  e chegavas ao fim.
 Devias ter começado por ti antes do tempo da desmarcação
mas enrolas no corpo filas de prisões intermináveis.

 E entretanto vais-te queixando
porque te levantas cedo demais,
ou porque a sopa está salgada,
ou porque não é assim ou
apenas porque não estás de acordo e enfim..
és tu que fazes a sopa!
  Mas não te apetece.
 
  E gostarias de ser exímio na caligrafia
por uma questão de afirmação pessoal perante o tão extenso
e tão conhecido pessoal que te acompanha
pelas vias da razão mas
só se houver disposição.

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